QUE NADA NOS DEFINA. QUE NADA NOS SUJEITE. QUE A LIBERDADE SEJA A NOSSA PRÓPRIA SUBSTÂNCIA.
Simone de Beuvoir

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

ESPECIALISTA EM MEIO AMBIENTE DESTACA A NECESSIDADE URGENTE DE MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL NA REGIÃO PARA EVITAR DESASTRES E AMENIZAR A CRISE HÍDRICA

PERÍODO DE SECA
PERÍODO CHUVOSO

Cientista Ambiental e pesquisador do Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde El Sur (GEASur) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Daniel Renaud Camargo desenvolve pesquisas sobre a região do Vale do Jequitinhonha e, em especial, sobre o município de Chapada do Norte desde o ano de 2012 e ao longo dos últimos anos esteve acompanhando de perto as secas e cheias do Rio Araçuaí, além de ter realizado um levantamento histórico sobre secas e cheias que ocorreram no passado
Segundo o pesquisador o desmatamento é um fator crítico para os rios da região, pois com a perda das matas ciliares a tendência é que as enchentes se tornem cada vez mais frequentes, isto porque, sem esta vegetação a água das chuvas cai diretamente sobre o solo escoando de uma vez sobre os rios, que tendem encher rapidamente. O cientista ambiental também ressaltou que diante das chuvas a perda da vegetação nativa também pode contribuir para que ocorram deslizamentos de terra, lavagem dos nutrientes do solo, obstrução de estradas, erosões entre outros problemas.
O pesquisador relembra que no passado comunidades como Santa Rita do Araçuaí chegaram a presenciar grandes enchentes, referidas pelos moradores locais como "dilúvios", e afirmou que em sua pesquisa de mestrado documentou ao menos 3 "dilúvios" na região, o de 1929 que teria levado a antiga Igreja da Comunidade de Santa Rita, o de 1979, considerada a maior enchente presenciada pelos moradores e, mais recentemente, em 2013 uma forte chuva abalou a estrutura da ponte que liga a comunidade de Santa Rita à sede de Chapada do Norte.
Neste sentido o pesquisador reforça a urgência de projetos de recuperação ambiental para a região, ressaltando que no passado, como no caso do "dilúvio de 79", foram precisos 40 dias de chuva para que o volume do rio Araçuaí se elevasse a ponto de causar grandes estragos nas comunidades, por outro lado, atualmente, sem a mata ciliar para amenizar a situação, em pouco tempo de chuva o volume do rio se eleva de forma brusca colocando a população em risco.

O pesquisador destacou ainda que o desmatamento da região tende a agravar não somente os casos de enchentes como também as secas, comentando sua preocupação com a ausência de projetos voltados a área ambiental no município.

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